"Nos---so qu--rou. Por--- a--da"
Amélia franziu a testa. Algo parecia estar bloqueando o sinal. Mas a última palavra provavelmente significava “ajuda”. Algo deve ter acontecido nas Ilhas dos Pinguins. Só havia uma coisa a fazer: ir lá e resolver o problema na hora!
Amelia pousou o helicóptero, puxou ainda mais o capuz, saiu da cabine e olhou em volta.
Ao redor havia uma extensão contínua e branca como a neve. Estendia-se tanto que se fundia com o céu no horizonte. A luz do sol, refletida nos flocos de neve cristalinos, fez os olhos chorarem. Cada expiração congelou instantaneamente no ar, e Amelia poderia jurar que viu isso à sua frente em forma de nuvem.
Dio mio, tanta neve… E tanto frio! Não é à toa que a ilha é chamada de Pinguim. As pessoas definitivamente não sobreviveriam aqui, embora… alguém tenha enviado um sinal. Precisamos encontrar essa pobre pessoa e ir para casa imediatamente.
De acordo com os mapas da área, deveria haver uma estação de pesquisa próxima. Talvez as pessoas estejam lá.
- Ei, tem alguém aqui?
- Finalmente! A ajuda chegou!
O Professor corria pelo corredor em direção a Amelia, vestindo uma longa jaqueta de penas de pato, um cachecol grosso e um chapéu de pele com protetores de orelha. Um enorme cobertor estava amarrado em seu pescoço como uma capa, amarrado com outro lenço.
- Professore, o que aconteceu? Foi você quem enviou o sinal?
- Sim, sim! Tragédia! Catástrofe! Minha última experiência falhou. Eu queria ajustar o clima aqui, mas como resultado causei uma tempestade de neve e um frio anormal!
- Mamma mia... Está tudo bem, vamos consertar tudo. Diga-me o que fazer!
Havia muito o que fazer. A estação de investigação precisava de ser limpa de neve para poder enviar um sinal mais estável às instalações meteorológicas localizadas em diferentes partes da ilha. Depois, as próprias instalações, que provavelmente tinham sido danificadas pela tempestade de neve, tiveram de ser encontradas e reparadas.
E o mais importante é fazer tudo isso muito rapidamente, caso contrário os habitantes das ilhas, pinguins e focas, não sobreviverão.
Amelia e o Professor cavaram a estação de pesquisa na neve e restauraram as instalações meteorológicas uma por uma.
- Che gioia! O clima da Ilha dos Pinguins voltou ao normal. Ficou muito mais quente, embora, é claro, inverno seja inverno.
- Sim, o equipamento está OK! Podemos continuar o experimento!
- Espere, Professore! E os pinguins e focas? Eles provavelmente estão com muito frio e sem comida!
- Você está certa. Antes de iniciar um novo experimento, você deve sempre certificar-se de que as consequências do anterior foram completamente eliminadas. Caso contrário, poderá afetar os resultados do estudo.
- Estou falando de vidas que precisam ser salvas, e todos vocês estão falando dessa ciência de novo!
Amelia e o Professor abasteceram-se de cobertores e bebidas quentes e partiram em busca dos animais sofredores.
- Amelia, minha querida, você tem certeza de que os pinguins e as focas precisam tanto da nossa ajuda? Eles nasceram para o frio, ao contrário das pessoas. Agora o ar vai voltar ao normal e eles ficarão bastante confortáveis, ao que me parece.
Antes que Amelia pudesse respirar fundo para repreender adequadamente o insensível Professor, um grito queixoso foi ouvido vindo de um monte de neve próximo. Aproximando-se e desenterrando o monte de neve, Amelia descobriu dois pinguins meio congelados tentando aquecer um ovo.
- Aqui está a resposta para sua pergunta, Professore. Veja só, os pais estão fazendo o possível para aquecer seu futuro filhote.
O Professor engasgou, pegou o cobertor e cobriu os pinguins. Amelia serviu-lhes uma bebida quente e colocou cuidadosamente a xícara debaixo do cobertor. A bebida e o vapor quente dela devem ajudar os pobres coitados a aquecerem mais rápido. Depois de um tempo, um estalido e um gorjeio estridente vieram de debaixo do cobertor.
- Professore, esse casal chocou um filhote! Que engraçado e fofo ele é! Mas o tempo não espera, temos que nos apressar para ajudar os outros.
Amelia e o Professor continuaram a viagem. Eles conheceram pinguins que estavam tão fracos de fome que não tinham forças para mergulhar em busca de peixes. Eles conseguiram pescar e alimentar todos os habitantes da ilha.
- Dio mio, temos que contar às pessoas sobre os pinguins e as focas aqui! Eles são tão fofos! Para que todos saibam que a Ilha dos Pinguins não é um inferno gelado, mas sim o seu lar, e que deve ser protegido.
- Você tem razão, querida. Se construirmos infra-estruturas ecológicas, poderemos atrair pessoas para cá sem prejudicar o ambiente.
Amelia e o Professor construíram um parque aquático para os pinguins, além de um hotel, cabanas e quiosques com bebidas quentes para os turistas.
- Bem, está tudo pronto, Professore. Os turistas em breve estarão em abundância neste local!
- Sim, está muito melhor. Este lugar estará cheio de vida. É assim que deveria ser. Que tudo continue como antes aqui na ilha. A natureza é a melhor criadora e não podemos competir com ela. Simplesmente observaremos e admiraremos a sua sabedoria ilimitada.
- Absolutamente certo, meu amigo!